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Aceita as tuas marés 🌊

Aceitar é confiar no fluxo e no próprio movimento, mesmo quando ele parece caótico ou assustador.




Deixar-se levar pela correnteza não é sobre perder o controle, mas sobre encontrar uma nova forma de navegar — com presença, coragem e entrega.
Deixar-se levar pela correnteza não é sobre perder o controle, mas sobre encontrar uma nova forma de navegar — com presença, coragem e entrega.


Eu arrisco dizer que o inconsciente tem a dinâmica de um oceano, um território de forças pulsionais, desejos não simbolizados e marés afetivas que seguem a lógica do princípio do prazer.

Nossas emoções são as marés desse mar: imprevisíveis, comandadas por forças que nem sempre vemos ou entendemos. Tentar controlá-las é como tentar ditar o movimento das ondas com as mãos.


Aceitar as tuas marés é justamente isso: deixar de lutar contra a correnteza. É mergulhar na própria profundidade, confiando na capacidade de flutuar, mesmo com medo do que habita nas partes escuras. É permitir-se ser atravessado pelas ondas, sabendo que elas não te quebram, mas te remodelam. Em chave psicanalítica, é consentir com o próprio desejo e seus paradoxos.

O tantra, por sua vez, convida a consagrar esse oceano. Através da respiração, da presença e da circulação consciente da energia, transformamos a libido em potencial criativo e expansão da consciência. Aqui, o corpo é templo e o prazer, via de transcendência.

Já a bioenergética nos lembra: esse oceano é também somaticamente inscrito. Couraças musculares cristalizam marés interrompidas. Através do grounding, da respiração profunda e do movimento autêntico, liberamos a estagnação energética e permitimos que a vida flua integralmente, porque o corpo fala o que as palavras não alcançam.6


A jornada não é sobre uma calmaria eterna, mas sobre aprender a navegar.

E nela, entender o convite do mar:

nenhuma onda é permanente.

A onda da angústia vem, quebra e se retira.

A onda da alegria também.


Somos o fluxo e o refluxo. Aceitar é confiar no fluxo do desejo, na sabedoria do corpo e na impermanência de tudo que é vivo. Permitir se ser atravessado por essa verdade é encontrar a estabilidade possível: a de quem se sabe inteiro, mesmo em pedaços.

Lembrando,antes de tudo e sempre, que somos cíclicas. O útero é bússola, mas é também ele que movimenta as marés internas.



Lembrando, antes de tudo e sempre, que somos cíclicas e nossas águas uterinas conduzem o fluxo das nossas emoções.


Como lembra Donald Winnicott: 

..."não é um estado estático, mas um movimento contínuo de idas e vindas, um "vir a ser" que se aceita em sua totalidade"...


Aceitar é confiar no fluxo e no próprio movimento, mesmo quando ele parece caótico ou assustador.


🌊 Se essa onda bateu aí, te convido a mergulhar comigo nesses atravessamentos em um setting terapêutico integrativo. Beijos da Bel!





 
 
 

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